Yana em verso & prosa
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Incoerências
Manifestar amor e ser sincera sobre os seus sentimentos e intenções parece estranho, inocente e diferente num mundo onde isso deveria ser o normal. Nos acostumamos com o contrário pelo medo de ser de verdade, pela insegurança de mostrar aos outros o que sentimos, inclusive quando pode não ser recíproco. E daí se pode não ser recíproco?! Você se torna responsável pelo que cativas, mas você só pode ser realmente responsável pelos seus próprios voos. Não subestime a capacidade do outro em lhe dar com as suas negações, com os seus motivos ou com as suas vontades, cada um constrói seus limites e suas dores, apenas seja de verdade em tudo que você for.
Agora
A vida voa e nos demoramos perceber isso. A gente se prende nas coisas mais bobas do dia a dia, seja no medo de não controlar os acontecimentos e sentimentos, seja na prisão das regras de conduta ou na imposição social da modernidade. Esquecemos que no fim, talvez tudo volte a ser matéria e que na velhice só vai sobrar uma vontade infinita de viver tudo outra vez.
terça-feira, 3 de maio de 2016
Natureza Humana
Nossa condição humana desenvolveu a habilidade de pensar, e
essa racionalidade clama pela linha tênue do que nos discerne de outros seres. Somos
ainda natureza bruta, uma composição natural do planeta terra, que implica numa
existência de continuidade e evolução. A cultura humana está destruindo o globo,
falta tolerância, zelo e respeito pela vida. Podemos gozar da habilidade humana,
de todo o potencial da nossa consciência e da nossa aptidão em produzir e
inventar modos de viver, no entanto precisamos compreender que vivemos dentro
de um organismo vivo, que pulsa, e vive na sua natureza viva, e que somos uma
poeira no universo frente à sua existência, mas temos a infeliz habilidade de
destruí-la, ou mudar completamente sua substância.
Yana Carla Monteiro Lopes
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Tristeza
Às vezes ficamos levemente enjoado da vida. De tudo que
desrespeita a ela. É um enjoo repentino dessa tentativa de ver as coisas dando
certo, de ver a vida fluindo um pouco mais leve. Dá um aperto no coração e agente até se sente triste. É estranho experimentar essas variações de humor,
principalmente a tristeza, mas isso é coisa da vida, coisa de um,
dois dias, coisa que já passa, mas que vem para dar uma baqueada na nossa
felicidade, no sorriso que enfeita o rosto, e no brilho que alimenta a alma.
Yana Carla Monteiro Lopes
sábado, 7 de junho de 2014
Vontade de viver
A vida é una, ela segue
um ciclo, respeita somente e apenas as leis da natureza, e materializa-se de
diferentes formas. Eu tenho um respeito imenso pela vida, as vezes me distraio
com as coisas de sobrevivência, mas ao levantar os olhos percebo que a vida esta
na imensidão de um todo. Me perco nessa imensidão, mas nada, nem mesmo dias
frios podem conter essa chama que arde, porque amanhã somos seres de energias,
seres vividos que queimam por vida. E é exatamente por isso que dessa vida eu quero tudo, tudo que me
pertence, e ate mesmo aquilo que pode não me concernir. Quero a imensidão das
flores, das matas, de cada "pico"; quero correr, respirar o ar da
existência, quero me misturar com as energias soltas no infinito e abranger
todas as cores e essências. Quero tudo que eu puder absorver enquanto existir
ar nos meus pulmões, toda e qualquer atmosfera de vida.
Yana Carla Monteiro Lopes
sábado, 12 de abril de 2014
Há vida
E há vida infinita dentro de nos, vida pulsante que arde, que vibra. E há as coisas, aquelas que como apetrechos se juntam ao
nosso capricho de existência. É coisa fora de entendimento, vai além da compreensão.
Yana Carla Monteiro Lopes
sábado, 8 de março de 2014
Às vezes
Às vezes vai além das oscilações das temperaturas, ou da
força do vento. Tem haver com a vida, com a maneira que a tinta cai e pinta o
papel. Depende da intensidade do pincel, da quantidade de tinta, das levezas
com que se movimentam as folhas, do jeito que se olha a luz do sol. É o jeito
de deixar transparecer, o jeito do afeto. Não é bem o entendimento de causa,
não é modo planejado de vida, não é moral, ou valores, ou nem mesmo hipocrisia,
às vezes é a forma, o jeito de abrir a porta, o jeito de preferir esse á aquele.
Às vezes é o peso dos dias, dos sentimentos, do estado de espírito, do
pertencimento, e ao mesmo, a saudade, a falta. É a vibração de muitos conjuntos,
ou o som somente de uma melodia. Às vezes é a tristeza, revestida do esticar
dos lábios ou o ápice da infelicidade, e às vezes, a alegria da existência, ou uma
fantástica textura de plenitude. Às vezes Deus, às vezes o vazio do peito de
quem já se encheu tanto que esvaiu se, às vezes a desistência, ou o olhar
inquieto de quem seguiu o vazio do Adeus, ou o prazer do até logo. Às vezes,
mas às vezes sempre.
Yana Carla Monteiro Lopes
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